Viajar para Cabo Verde é como abrir uma porta para um mundo onde a natureza, a música e a cultura vivem em perfeita harmonia. Quem chega pela primeira vez sente logo que entrou num lugar especial: o tempo abranda, o sol aquece o coração e a hospitalidade local — a famosa morabeza — conquista logo no primeiro contacto. Mas antes de se perder entre praias douradas e montanhas verdejantes, é importante saber como organizar a sua chegada a este arquipélago mágico.
Onde fica Cabo Verde e como lá chegar
O arquipélago situa-se no Atlântico, a cerca de 500 quilómetros da costa africana, um conjunto de dez ilhas que parecem flutuar entre a Europa, a América e África. Esta localização privilegiada faz com que seja um ponto de encontro de culturas e, ao mesmo tempo, um destino acessível.
A forma mais comum de chegar é por via aérea. Os aeroportos mais importantes são o Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na Ilha do Sal, e o Aeroporto Nelson Mandela, na Ilha de Santiago. A partir da Europa, Lisboa é a porta de entrada mais prática, com voos diretos de cerca de quatro horas. Também há ligações regulares a partir de Paris, Milão e outras capitais. Se já estiver em África, cidades como Dakar ou Bissau oferecem voos curtos que deixam o viajante no coração do Atlântico em menos de duas horas.
E aqui vai uma dica de amigo: se a ideia é explorar várias ilhas, escolha bem onde aterrar. O Sal é perfeito para quem quer começar logo pelas praias paradisíacas; Santiago, por outro lado, é o coração político e histórico do país, ótimo para mergulhar na cultura e na vida quotidiana cabo-verdiana.
Documentação e requisitos de entrada
Boa notícia: para estadias de até 30 dias, viajantes da União Europeia, CPLP, EUA e outros países não precisam de visto. Basta fazer o pré-registo online (EASE) antes de embarcar. O passaporte deve ter validade mínima de seis meses. Convém também levar cópias digitais dos documentos principais, uma dica simples que pode evitar dores de cabeça em caso de imprevistos.
A moeda e o custo da viagem
A moeda oficial é o escudo cabo-verdiano (CVE), mas não precisa de se preocupar demasiado. O euro é amplamente aceite, especialmente em hotéis, restaurantes e lojas. Contudo, nas ilhas menos turísticas é sempre bom ter algum dinheiro em espécie. Cartões funcionam nas cidades maiores, mas podem falhar em zonas remotas.
Quanto aos custos, Cabo Verde é um destino flexível. Pode ser económico, se optar por pensões familiares e restaurantes locais, mas também oferece resorts de luxo para quem procura conforto absoluto.
O clima que nunca desilude
Se há algo em que Cabo Verde não falha é no clima. O sol brilha quase todo o ano, a temperatura média ronda os 25 graus e até os ventos — perfeitos para o kitesurf e o windsurf — tornam-se parte da experiência. Traga roupas leves, um bom protetor solar, chapéu e calçado confortável para caminhadas. À noite, em algumas ilhas montanhosas, pode refrescar, por isso leve também um casaco leve.
Deslocar-se entre as ilhas
Uma das grandes riquezas de Cabo Verde é a diversidade de paisagens de ilha para ilha. O Sal e a Boa Vista oferecem praias de cartão-postal; Santo Antão, trilhos montanhosos; Santiago, história viva; e o Fogo, um vulcão majestoso. Para saltar de ilha em ilha, há voos internos operados pela companhia local, além de ferries regulares. E aqui vai outra dica: viaje de barco pelo menos uma vez. É cansativo às vezes, é verdade, mas a sensação de atravessar o Atlântico e ver a silhueta de outra ilha a surgir no horizonte é inesquecível.
A morabeza que faz a diferença
Mais do que paisagens, Cabo Verde oferece pessoas. A morabeza não é apenas hospitalidade; é uma forma de estar no mundo. É o sorriso do motorista de táxi, a conversa descontraída na rua, a música que sai de uma janela qualquer. É isso que faz com que tantos viajantes regressem — porque em Cabo Verde não se visita apenas um destino, cria-se uma ligação.
Conclusão: preparar o coração, não só a mala
Viajar para Cabo Verde não é só uma questão de bilhetes de avião e reservas de hotel. É preparar-se para uma experiência que mistura descoberta e descanso, aventura e encontro humano. Traga a mala com roupas leves, sim, mas traga também espaço no coração. Porque, depois da primeira viagem, vai perceber que não se vai despedir de Cabo Verde — vai apenas dizer: até breve.